segunda-feira, 21 de junho de 2010

AMANTE PASSAGEIRO....Julieta Ferreira



Ele acompanha-a nos momentos de solidão e fá-la recordar aquela que ela fora nos braços dele. Fugaz e passageira foi a sua presença num outro tempo e espaço mas deixou um rasto no corpo dela que jamais vibraria com a mesma intensidade e calor; uma chama na alma dela que cessou de a iluminar.

Ele reacendeu a juventude e a loucura no seu espírito sedento de paixão. Foram escassos encontros que perduraram na sua memória apesar do abandono, da ausência e da distância. E talvez mesmo por isso a lembrança ficou. Lembrança dos odores, dos sentires, dos pequeninos grandes nadas que pertencem aos amantes e que são indescritíveis. Lembrança das mãos esguias dele a contornarem-lhe a face; a acariciarem-lhe os seios; a pressionarem-lhe as nádegas; a descobrirem-lhe o corpo em abandono; a revolverem-lhe os cabelos. Lembrança da voz dele sussurrada ou excitada. Lembrança do corpo dele afundado no dela em espamos de delírio. Lembrança das noites sem sono aninhada nele, inalando o seu perfume e sentindo a macieza doce da sua pele. Lembrança do arrebatamento que ele provocava nela, quer estivesse presente ou ausente. Lembrança da boca dele a deixá-la perdida na volúpia dos seus beijos.

Hoje ele personifica o que ela deseja que a Vida lhe devolva. E em cada encontro com um outro homem ela está a analisar e a comparar a sua maneira de sentir. Sem querer. Quase inconscientemente. Só mais tarde se dá conta. Quando dá pelo vazio, pelo desânimo, pela nostalgia e tristeza.

Aquele sentir de outrora nunca foi recuperado.

Confidências de uma mulher apaixonada



“Sinto-me como se tivesse vinte anos” é o que se esperaria ouvir da boca de uma mulher apaixonada que já ultrapassou os cinquenta e, para muitos, faz parte desse grupo apelidado de “meia-idade”. Mas não é isso que vou dizer porque, ainda que alguns franzam o sobrolho ou outros abanem a cabeça em desaprovação, ou até incredulidade, eu sinto-me muito melhor do que quando tinha vinte anos. Não sou daqueles que gostaria que o tempo voltasse para trás, em busca de uma juventude perdida. Pelo simples facto de que nunca cheguei a perdê-la. E, já agora, isso de meia-idade é termo que repudio pela conotação negativa que implica. Quem teria inventado tal expressão? Onde começa e onde acaba essa meia-idade? É metade de quê? De uma vida que depois dos cinquenta passa a estar em declínio, numa marcha galopante de acabamento? Tolice! Os que assim pensam é que estarão condenados a essa condição que os arrasta, impunemente, para a estagnação e perda de viço.
Foi precisamente ao atingir os cinquenta anos que iniciei uma nova fase da minha vida. Agora, passados cinco anos, sinto-me como jamais me havia sentido. Podem dizer-me que a memória prega partidas e que tendemos a esquecer muitos dos estados de espírito e das emoções do passado. É certo. Contudo, eu tenho a firme convicção de que nunca me senti tão bem como no momento presente. Lérias… conversa fiada… tretas… É claro que haverá sempre aqueles que discordem e que duvidem. E isso a mim que importa? O que sabem eles, na realidade? Hum… está apaixonada e esse estado faz com perca algumas das faculdades… Poderão dizer alguns, falando da paixão como se falassem de uma enfermidade que anula as capacidades mentais de um indivíduo. Ou então porque desconhecem totalmente essa maneira de sentir; já para não mencionar aqueles que acham tratar-se de uma fraqueza e há que fugir dela a sete pés.
Nem me dou ao trabalho de os lastimar porque neste tal “estado” em que me encontro, não há coisa alguma que me perturbe ao ponto de perder o meu tempo e energias com tais questões. Não tenho de provar seja o que for a ninguém; não tenho de ser aquilo que outros esperariam que eu fosse. Acho que devo à idade que tenho e que assumo, desassombradamente, essa prerrogativa. Valha-nos isso! Mais um ponto em favor da minha idade!
Agora quanto à paixão, ela veio iluminar os meus dias, torná-los mais intensos e vivos; realçar essa tal juventude nunca perdida; modificar a minha percepção do mundo; fortalecer o meu espírito e a minha mente; inspirar-me e motivar-me para criar arte. Sinto-me mais leve, mais corajosa, mais dinâmica, mais tolerante, mais confiante. E sinto-me feliz, com um desejo louco de tocar tudo e todos com o meu olhar e as minhas palavras. Com uma alegria que mal contenho no peito, numa fúria de gritar o que se passa dentro de mim.
Estou apaixonada não só por um homem mas também pela Vida!
(Julieta Ferreira)

Realmente Ele é de mais mesmo!!!





Fico imaginado seus olhos, sua boca, sua pele.
Você não percebe, mas quando estamos perto um do outro, mesmo sem nos tocarmos muitas coisas acontecem dentro de mim.
Queria te sentir bem juntinho a mim, tua pele colada na minha, seu beijo no meu corpo, descobrindo com cuidado e carinho cada parte de mim.
Queria sentir mais perto esse teu cheiro que me enlouquece e toma conta de todo meu ser.
Meu corpo estremece ao te ver, ao ouvir a sua voz.
Imagino suas mãos me acariciando e tentando encontrar tudo o que não está a vista de seus olhos.
Imagino sua boca na minha, meus olhos nos seus, e de repente, quando tudo se encaixa e estamos no auge de nossas emoções e sensações, esquecemos do mundo.
Fico admirando você de longe, teu corpo maravilhoso, e imaginando tudo que poderia ser feito se você assim permitisse.
Tocar cada parte de você com muito carinho como se o tempo fosse tudo para nós. beijar você, sentir o seu abraço, e escutar as batidas do seu coração.
Tudo isso é possível, basta que eu tenha uma resposta afirmativa que parta de você.
Gostaria que tudo fosse eterno e que o mundo parasse por algumas horas.
Você é demais...

Ah!!!O AMOR...muito bom....



__Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. “Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho”.

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. “Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato.”

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.